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Manifesto por mais atenção ao Resíduo Sólido

Coletivo Ecossociocultural Abambaé Percebemos que a temática dos resíduos é uma questão delicada na cidade e reconhecemos os esforços de diferentes pessoas e entidades em auxiliar na problemática.
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Olá, somos o coletivo Ecossociocultural Abambaé, uma entidade representativa da sociedade civil para promover e defender a sociobiodiversidade no litoral sul de Santa Catarina através de ações sociais, artísticas, culturais e de  educação socioambiental. 

Percebemos que a temática dos resíduos é uma questão delicada na cidade e reconhecemos os esforços de diferentes pessoas e entidades em auxiliar na problemática. No dia 4 de março de 2024, este coletivo realizou o evento cultural Cine-Debate Sinapses Criativas com o tema “Resíduos” em Garopaba, reunindo membros da sociedade civil, da universidade e empreendedores diretamente envolvidos na temática dos resíduos. Na ocasião, após o diálogo com os presentes, foi de comum acordo  a importância de levar o debate para a esfera pública e, por isso, nos manifestamos através deste documento, em prol de uma gestão responsável de resíduos sólidos em nossa cidade. 

 Reconhecemos que a maneira como lidamos com os resíduos reflete diretamente o compromisso com o planeta, que é a nossa casa comum. Diante do aumento alarmante da geração de resíduos, em grande maioria sendo plásticos, concordamos que é hora de agir com determinação e responsabilidade. Este manifesto é um chamado à ação para que enfrentemos a crise dos resíduos de forma decisiva e urgente. 

As  cidades litorâneas enfrentam desafios únicos em relação à gestão de resíduos sólidos. Com uma população crescente e uma atividade econômica voltada para o turismo e a pesca, a quantidade de resíduos gerados  atinge níveis preocupantes. Além disso, a proximidade com o mar torna ainda mais evidentes os impactos negativos da má gestão de resíduos, com poluição costeira afetando não apenas o meio ambiente, mas também a economia local e a qualidade de vida dos residentes. 

Além disso, é crucial destacar que a forma predominante de descarte em aterros sanitários é altamente danosa para o meio ambiente e para as comunidades que os rodeiam, ignorando completamente a Lei 12.305/2010 que preconiza a disposição final somente de rejeitos, ou seja a menor parte.

Diante desse cenário, é imperativo que abordemos a questão dos resíduos sólidos de maneira abrangente e urgente, considerando não apenas os aspectos ambientais, mas também os econômicos e sociais. Por isso, listamos algumas necessidades que esperamos ser contempladas pelo novo Plano Diretor de Garopaba:

Educação Ambiental e Engajamento Comunitário: É essencial que adotemos uma abordagem mais assertiva em relação à educação ambiental, que inclui:

  •  Capacitar todo cidadão e cidadã de que forma que sejam  agentes ativos na separação adequada em três porções, evitando a contaminação de materiais que poderiam ser reciclados, mas acabam em aterro sanitários; 
  • Implementar programas educacionais abrangentes em todas as esferas da comunidade, por exemplo: igrejas, escolas, empresas, mercados locais entre outros espaços públicos;
  • Disponibilizar informação simplificada e disponível em todos os meios de comunicação, seja institucional ou privada, visando a mudança de comportamento em direção à redução, reutilização e reciclagem de resíduos; 
  •  Incentivar o engajamento ativo em iniciativas de limpeza de praias, rios e lagoas, com foco na preservação desses ecossistemas e seus entornos; 
  • Promover práticas sustentáveis simplificadas que possam ser agregadas ao cotidiano do lar;

Sabemos que existem diversos desafios que dificultam a implementação eficaz de programas de gestão de resíduos sólidos, mas ainda assim, esperamos que o novo Plano Diretor viabilize o desenvolvimento de uma cidade realmente sustentável e coloque Garopaba como uma referência de cidade turística capaz de cuidar da natureza, das pessoas,  e com uma gestão eficaz na questão dos resíduos.

  Propomos uma abordagem abrangente para a gestão de resíduos sólidos, que inclua políticas públicas robustas, incentivos econômicos e programas de educação e sensibilização tais como:

  •  Infraestrutura adequada para coleta, triagem, e tratamento de resíduos separados em orgânicos, recicláveis e rejeitos;
  •  Inovação tecnológica e a colaboração entre todos os setores da sociedade;
  •  Implantação de PEVs – Pontos de Entrega Voluntária – em pequena escala, para gerar renda para famílias;
  • Responsabilização pela geração, tratamento e destinação dos resíduos sólidos. 

  A gestão de resíduos sólidos é um desafio complexo, mas não é um problema sem solução. Por meio de abordagens integradas, políticas públicas eficazes e o engajamento ativo da sociedade, podemos enfrentar esses desafios e criar um futuro mais sustentável. É imperativo que as autoridades reconheçam a urgência da situação e implementem mudanças significativas nas políticas públicas para promover uma gestão mais eficiente e responsável dos resíduos. Somente através de esforços conjuntos e comprometidos podemos garantir um ambiente saudável e próspero. 

Vamos colocar Garopaba no mapa das cidades verdadeiramente sustentáveis, verdes, resilientes e inteligentes? 

Leita também: Resíduos do consumo: o lixo de Garopaba é um problema nosso!

Por Coletivo Ecossociocultural Abambaé
ecoabambae@gmail.com

Foto capa: GNR Ambiental