Estamos vivendo um grande despertar coletivo. Essa percepção, galgada no sufocamento do planeta terra, permeia a mente das gerações X, Y e Z, que se mostram mais atentos às necessidades de amenizar os danos causados pelo consumo desenfreado. Esse mesmo consumo que vem desmatando as florestas, explorando os rios e enchendo o fundo do oceano de plástico.
Vivemos hoje uma transição planetária. Um despertar espiritual e de consciência ocasionado naturalmente pela Mãe Terra, divindade viva que clama por salvação. Esse despertar acontece todo tempo, todos os dias, enquanto as pessoas buscam conhecer-se a si, compreender seus anseios e ir de encontro a realização dos seus maiores sonhos.
Autorrealização e propósito
É nessa busca que percebem de longe que isso nada tem a ver com aquisições materiais. Mas o que de fato as pessoas têm compreendido, é que a felicidade que todo ser humano deseja é resultado de uma auto realização. Algo que faz vibrar o coração. Felicidade essa, que encontramos nas coisas mais simples, como ajudar ao próximo, colher seu próprio alimento, contemplar a natureza, ver um bebê recém nascido ou brincar com o cachorro, por exemplo.
Munidas dessa sutil percepção, mais e mais pessoas começam a colocar a mão na massa, ou melhor dizendo, na Terra, pois é Dela que tudo vem, e é para Ela que tudo vai. É a Terra que guarda as riquezas desse amanhã florido para as gerações que ainda virão.
Resgate da ancestralidade
O resgate e a aplicação dos conhecimentos ancestrais são a melhor possibilidade que temos para a reconexão do povo com a Terra. De forma natural e saudável, a conexão com a Terra nos faz Integrar o corpo, a mente e o espírito para que possamos lembrar de tudo o que nossos ancestrais já vivera. E que os povos originários tentam, a duras penas, perpetuar: a Terra é sagrada, e seus recursos são limitados.
Basta olharmos com atenção para os povos ribeirinhas, quilombolas ou indígenas, (os verdadeiros herdeiros ancestrais) para percebermos seu simples e feliz estilo de vida – nada predatório. Eles nos ensinam que a Terra tem limite, e que é necessário distribuir pessoas por territórios de forma equilibrada para que a terra não adoeça.
O povo da floresta nos ensina que não precisamos mais olhar em volta com olhar de escassez. O que precisamos, é redescobrir os recursos que sempre estiveram disponíveis, bem aqui ao nosso lado. E tratá-los com respeito, começando pelos seres humanes. Todos têm direito à Terra, ao alimento, à água potável e ao ar puro.
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A esperança nas novas gerações
Tivemos muitos avanços tecnológicos que nos disponibilizaram a amplitude da visão para tudo o que acontece em todo o globo. E também nos proporcionou ferramentas para disseminar ações positivas, construídas em comunidade, para reverberar o incentivo que gera impacto positivo.
Essa expansão de informação possibilitou a todes o acesso ao conhecimento e principalmente, a percepção de que precisamos compartilhar esses conhecimentos, pois só assim, ampliaremos a nossa humanidade.
A esperança da Terra reside nas novas gerações. Elas, muito mais conscientes e conectadas com o todo, utilizarão da tecnologia disponível para disponibilizar acesso a valiosos conhecimentos ancestrais de como devemos plantar, cultivar, preservar e amar essa grande mãe que nos sustenta.
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Para saber mais sobre os ensinamentos ancestrais dos povos originários, você pode acessar esse conteúdo abaixo, ler os livros do saudoso Ailton Krenak, ou simplesmente colocar os pés descalços e as mãos sobre a Terra e escutar com o coração o que Ela tem para te dizer.
Modelo: Itá Mirim, irmã indígena da Aldeia Itaty – Morro dos Cavalos – SC
Foto: Vittória Termann