Um professor de História da rede de ensino estadual de Santa Catarina foi flagrado defendendo o nazismo em plena sala de aula no último dia 13, no município de Imbituba (SC). Ele foi filmado por estudantes e o vídeo, que está circulando pelas redes sociais, mostra o momento em que o docente afirma aos alunos que apoia a ideologia de Hitler.
No ano passado, o mesmo professor ficou 60 dias afastado do cargo por conduta de apologia ao nazismo, e vem sendo investigado após denúncias realizadas por alunos. Mas em fevereiro deste ano, voltou a lecionar.
De acordo com o portal G1, a Secretaria de Educação (SED) divulgou nota nesta terça-feira (14/03) informando que já começou a tomar todas as medidas cabíveis após saber do ocorrido.
Já a Polícia Civil informou que as imagens expostas essa semana serão anexadas ao inquérito já existente do caso do professor.
Assista ao vídeo registrado pelos estudantes AQUI.
Professores e estudantes fazem manifestação na Escola Annes Gualberto
“A nossa escola nunca será nazista!”
Em seu perfil nas redes sociais, o Sindicado dos Trabalhadores da Educação Estadual de Santa Catarina noticiou o protesto realizado pela Comunidade Escolar de Imbituba na última quinta (16/3) em frente à escola de Educação Básica Engenheira Gualberto.
“De acordo com declaração da Secretaria de Educação (SED), após o caso repercutir nas redes, o professor já foi afastado. É a segunda vez que o profissional responde pelo mesmo crime. Em novembro de 2022 ele fez declarações nazista em um grupo de whats e agora foi filmado dentro de sala de aula, falando do nazismo e de como admira Hitler.
A direção estadual do Sinte/SC e a Regional de Laguna, cobram o afastamento desse professor e explicações de como um profissional com uma denúncia tão grave, retorna para dentro da sala de aula.
Neste momento de revolta dos estudantes e trabalhadores da Unidade Escolar, O Sinte se soma ao manifesto, participando da atividade e reforçando que os trabalhadores da educação não defendem profissionais que fazem apologia ao crime, como foi o nazismo na história da humanidade.” Comunicou a página.
Por que apologia ao nazismo é crime no Brasil?
O nazismo é considerado crime no Brasil e em muitos outros países porque essa ideologia é responsável por uma das maiores tragédias da história da humanidade: o Holocausto. Durante a Segunda Guerra Mundial, o regime nazista liderado por Adolf Hitler promoveu uma política de extermínio sistemático de milhões de judeus, bem como de outras minorias étnicas e grupos considerados “indesejáveis” pelos nazistas.
As estimativas mais aceitas indicam que o número total de vítimas do nazismo foi de cerca de 11 milhões de pessoas. Desse total, aproximadamente 6 milhões eram judeus, que foram perseguidos, deportados e exterminados em campos de concentração e extermínio durante a Segunda Guerra Mundial. Além dos judeus, outras minorias étnicas, como ciganos e homossexuais, foram perseguidas e exterminadas pelo regime nazista. Também foram vítimas do nazismo prisioneiros de guerra, dissidentes políticos, deficientes físicos e mentais, entre outros grupos.
É importante lembrar que esses números são apenas estimativas, e o impacto humano e social do Holocausto é incalculável. A história do nazismo serve como um lembrete sombrio do que pode acontecer quando o ódio, a intolerância e a discriminação são permitidos a prosperar.
O Brasil, assim como muitos outros países, adotou leis que proíbem a promoção ou a apologia ao nazismo e outras ideologias que pregam a discriminação racial, étnica ou religiosa. Essas leis têm como objetivo prevenir a disseminação de ideologias que possam incitar o ódio e a intolerância e proteger a dignidade humana e os direitos fundamentais de todos os indivíduos, independentemente de sua origem ou crença.
Portanto, promover ou fazer apologia ao nazismo no Brasil é considerado crime e pode resultar em punições, de acordo com a legislação em vigor.
Por Isabela Mun
Revisão Glaucia Damazio
Fontes: portal G1, Sindicado dos Trabalhadores da Educação Estadual de Santa Catarina, Wikipedia,
Imagens: Sindicado dos Trabalhadores da Educação Estadual de Santa Catarina
