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Arquitetura Afetiva: por que é importante para Garopaba e Imbituba?

Arquitetura Afetiva_Garopaba Centro Historico
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Por Valéria Casttro

Toda cidade possui sua arquitetura afetiva sendo antiga – histórica ou moderna. Podemos chamar de afetivos os edifícios mais antigos, aqueles onde iniciaram a história daquele lugar, que a comunidade local se identifica com sua forma, cultura e costumes. São construções que fazem parte da história da cidade e do meio ambiente. Normalmente as pessoas nativas adoram passear por este cenário, relembrando suas memórias com carinho e saudade. Quando essa arquitetura está num contexto onde a natureza está inserida, aí sim tudo se torna mais mágico ainda! Essa arquitetura ganha mais valor!

Não existe um uso único para a Arquitetura Afetiva. Suas instalações, como casas, prédios e espaços podem ser usados com atividades culturais, como escolas, cinemas , teatros ou órgãos públicos. Quando é ocupada com lojas independentes, frequentemente nos atraem, nos apaixonam e, efetivamente nos fazem escolher consumir ali. Normalmente são lojas com linguagens improvisadas, ingênuas e artesanais, criando o Varejo Afetivo também.

Como consumidores, desejamos espaços que nos abraçam, que nos acolham, que sejam relevantes de um modo inovador, criativo e familiar. Gostamos de espaços com significado.

Arquitetura Afetiva em Garopaba, Imbituba e Região

A Arquitetura Afetiva da região é pequena do ponto de vista geográfico. Pode ser percebida no Centro Histórico de Garopaba e também nos ranchos de pesca no entorno das praias e lagoas. Mas, somada  ao meio ambiente com sua beleza natural, torna-se muito atrativa e, por isso, o número de habitantes fixos pós pandemia aumentou tanto nestes municípios.

As pessoas no mundo inteiro migraram para perto da natureza. Contudo, muitas cidades não atendem às necessidades desse público com alto poder aquisitivo. Neste contexto, o varejo passa a ser um instrumento do Plano Diretor para formar um ecossistema que será responsável por elevar e fortalecer o crescimento e a renda per capita da comunidade.

O papel dos lojistas nas cidades em expansão

Tornou-se urgente atender à demanda do novo público. Pois se o varejo local não atender suas necessidades, eles passam a consumir em municípios próximos, como exemplo Florianópolis. E é a renda desse público que atrai investidores de fora para o Município, que  sabem que esses locais afetivos atraem grandes marcas também. 

Conhecemos outras cidades litorâneas que são grandes exemplos de arquitetura afetiva: Paraty (RJ) e Trancoso (BA). Nestas regiões, marcas chamadas premium, como Tania Bulhões, Kopenhagen, Fasano, Club Med, Havaianas, Osklen, Track & Field, Martha Medeiros (f), Natura, Boticário, Richards, Hard Rock  e tantas outras se instalaram mantendo operações o ano inteiro. Os benefícios gerados para as comunidades vão desde de uma educação do turista, que estabelece regras de conduta, à proteção e preservação do meio ambiente, até a consolidação de um turismo o ano inteiro, o que melhora a qualidade de vida das pessoas que vivem do turismo, e podem viver melhor o resto do ano.

Para que isso acontecesse, foi necessário criar um ecossistema em que alguns pilares garantem o turismo e o padrão dos turistas o ano todo. Este movimento constante na economia é o que gera mais emprego, prosperidade e por consequência aumenta a renda per capita da comunidade. Mas isso é tema para uma próxima conversa.

O crescimento é inevitável, e se não houver planejamento, o meio ambiente é o maior  prejudicado nesse contexto geral. A Arquitetura Afetiva é o primeiro passo para preservar aquilo que é mais valioso nas cidades como Garopaba e Imbituba: sua cultura e sua história. 

Por Valéria  Casttro
Arquiteta Especialista em Varejo de Negócio e Visual Merchandising

Foto Capa: Glaucia Damazio
Fotos: Trip Advisor, Alô Alô Bahia