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Bloco da Bosta: Para onde vai o Esgoto do Carnaval? 

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Conteúdo produzido com patrocínio de CASABIO Construção

Você sabe para onde vai o esgoto gerado no Carnaval? E no resto do ano? 

Carnaval é legal, mas nos litorais a data marca um dos momentos de maior sobrecarga de geração de esgoto e má qualidade de água nas praias. Os dados, podem ser conferidos nos Relatórios de Balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), que realiza análises semanais em todas as praias do estado. Durante todo o ano, o mês de março é o que aponta mais índices de águas impróprias para banho nas praias de Santa Catarina.

O litoral Brasileiro chega a triplicar a população no verão. Garopaba (SC) soma 68 mil pessoas por mês na alta temporada, mas não possui coleta e nem tratamento de esgoto. Em Imbituba (SC), menos de 10% das pessoas são atendidas pela rede de saneamento

O sistema mais comum encontrado nas residências e pousadas aqui na região é de fossas sépticas – que, para ser minimamente eficiente, deve ser composto por com três depósitos: tanque séptico, filtro anaeróbio e sumidouro. Segundo o Arquiteto especialista em sistemas de saneamento ecológico Marco Aurélio Silvestre, a  maior parte dessas fossas é subdimensionada ou incompleta. 

“As fossas em geral, estão escondidas ou inacessíveis, ou seja, sem manutenção frequente. Algumas pessoas nem sequer sabem onde está a sua fossa”

revela Marco Aurélio Silvestre, da CASABIO, empresa especializada em saneamento ecológico

Esgoto e a qualidade da água  

“Uma pessoa gera 150 litros de esgoto (água classe 3), por dia em média. De todo esse esgoto, só 1% é sólido, os outros 99% são líquidos, que vão para o solo, infiltrando no lençol freático ou são misturados com as chuvas indo para as lagoas e o mar”, informa. 

A situação das cidades turísticas do litoral sul de Santa Catarina é crítica: muita gente, muito esgoto, chuvas torrenciais: o resultado dessa mistura de águas traz problemas de saúde pública, praias impróprias para banho, aumento de vetores de doenças e viroses

“Isso tudo sem contar no prejuízo financeiro para aqueles que dependem do público, como restaurantes e pousadas, que recorrem ao serviço de limpeza de fossa regularmente”, lembra.

Saneamento: um problema de solução complexa

Enquanto os Governos trabalham na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento e Planos Diretores Municipais, instrumentos que tratam da questão do saneamento básico, o profissional aponta para auto responsabilidade de cada cidadão, em se informar sobre a situação do seu sistema de saneamento atual.

“Já existe tecnologia para que possamos tratar nossos esgotos de maneira descentralizada, sem a necessidade de esperar que a solução venha pronta do poder público. A água é o nosso bem mais precioso, precisamos cuidar das águas”, apela. 

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Fontes: Fontes: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNISS); Plano de Saneamento de Garopaba; Relatório de Balneabilidade IMA 2021/2022; Agência Nacional de Águas (ANA)

Por Glaucia Rosa Damazio
Jornalista