Se você mora perto da praia, é provável que já tenha visto a erva baleeira por aí. A Cordia Verbanacea, também chamada de nomes populares como maria-preta, balieira e maria-milagrosa, é um arbusto que cresce espontaneamente por toda a costa brasileira.
Como muitas ervas medicinais de características rústicas, ainda é tida como planta daninha por alguns. Mas a verdade é que ela é uma regeneradora de solos degradados, e suas flores alimentam insetos polinizadores de diversas espécies. Uma aliada no processo de tornar terras mais férteis, e também um recurso de adubação verde. As folhas aromáticas também contém propriedades medicinais para uso humano.
Seus efeitos podem ser anti-inflamatórios, analgésicos e tônicos. Um dos preparos mais tradicionais é sua infusão, podendo ser ingerida como chá ou então aplicada para uso externo, como compressas. Segundo o livro Plantas Medicinais no Brasil (H. Lorenzi e F.J. Abreu Matos), o chá de erva baleeira é recomendado para dores musculares, artrite reumatóide, contusões e até cicatrização de feridas externas. Pode ser tomado ou colocado sobre o local do corpo a ser tratado. Vários estudos farmacêuticos já tem comprovado estas e outras propriedades do vegetal.
Justamente por ser uma planta tão típica do litoral, escolhemos a erva baleeira para estrear nossa série Saberes das Plantas. Gostou do conteúdo? A partir de agora, toda semana falaremos sobre alguma planta, seus benefícios, medicinas e funções naturais. Fica então o convite pra nos acompanhar nessa jornada botânica e nos seguir no Instagram.
ATENÇÃO: jamais faça a ingestão ou uso medicinal de plantas que você não conhece ou sobre as quais tem pouca informação. Evite tomar o mesmo chá por mais de 7 dias seguidos, e sempre que necessitar de tratamentos mais longos busque acompanhamento profissional ou de pessoas preparadas para dar orientações sobre o uso seguro de plantas medicinais.
Plantas são indivíduos cheios de características especiais e influenciam nos ecossistemas. Antes de remover uma planta do chão, busque saber mais sobre ela. Antes de plantar, também.
Por Isadora Lescano – Jornalista, Consultora em Alimentação Natural e colaboradora EcoLab
