O conceito de justiça, segundo o dicionário, é “aquilo que se considera em conformidade com princípios morais e direitos”. Porém, na sociedade que vivemos atualmente, tenho convicção de que princípios morais são mais relativos do que coletivos.
Eu considero injusto que uma mãe arque sozinha com a criação de sua cria, por exemplo. Porém, talvez alguns genitores não considerem esse fato tão injusto assim…
Mas bem, o conceito atual de Justiça ultrapassa a colonização rígida do Direito pelos Romanos – a qual foi totalmente necessária, à época – e traz uma oportunidade de olhar para a Justiça de forma individual e única!
O que é justo pra mim pode não ser pra você e assim sucessivamente.
Pra mim, a Justiça é Sistêmica!
Ela precisa observar o todo, as origens e dinâmicas que envolvem uma situação.
Nenhuma relação/caso/litígio é formada do vazio.
Doa a quem doer, sempre há uma causa (na maioria da vezes oculta) pra que a situação se manifeste.
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Pode ser, por exemplo, um genitor que não teve a presença física ou afetiva do pai em sua vida e hoje acredita que a ex parceira pode dar conta dos filhos da mesma forma…
Ou, também, uma genitora que teve excesso de zelo pelos pais desde a infância e acredita que o ex parceiro não mereça receber sanções previstas em lei; ou, qualquer genitor que saía da relação afetiva muito ferido emocionalmente e quer receber do outro/a, custe o que custar, o reparo por essa dor (que jamais será restaurada no Judiciário).
Apesar de todos os pesares, para que haja justiça integral é importante que se observem as origens.
Já não consigo mais analisar uma questão pontualmente, baseada apenas em fatos e aparências, e com a espada em punho, como sugere a imagem tradicional da Deusa Themis.
A Visão Sistêmica me derrubou esse véu do olhar limitado (Graças aos Deuses e Deusas!)
A bem da verdade é que interpreto a sugestão da estátua de forma diferente: de olhos vendados para o que é aparente, busco enxergar além… talvez olhar pra dentro seja um começo.
Enxergar para além do justo e visível, baixando a espada e erguendo a balança, me sugere olhar para os dois lados da questão (ou três, ou dez) e procurar a solução a partir da raiz – é isso que a Visão Sistêmica visa aplicar!
A partir dessa Consciência ampliada, aí sim consigo reerguer a espada e aplicar o que a Constituição Federal – art. 133 – prevê: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. E ainda incluiria “… da lei e de suas crenças”.
Com fé e amor, Juliane.