A luta judicial da comunidade visa proteger e preservar o morro do Rosa Norte, patrimônio ambiental, social e cultural da região
Há 17 anos, a comunidade de Ibiraquera luta para preservar a área do Morro do Rosa Norte. Em 2006, um projeto para construção de um condomínio na localidade foi embargado e o processo tramita na justiça federal sob o n° 5000065-21.2012.4.04.7216. “Ainda em 2006 ocorreram as primeiras intervenções na área. O Conselho Comunitário de Ibiraquera (CCI) e a Associação de Pescadores de Ibiraquera (ASPECI) então, no âmbito das suas atribuições, realizaram denúncias que ensejaram uma ação civil pública pelo Ministério Público Federal (MPF) e o embargo das mesmas”, explica a diretoria do CCI.
A comunidade local, surfistas e as entidades representativas da sociedade civil defendem a conservação da fauna e flora no local, assim como espaço público para os moradores com direito a vias e iluminação pública.
Após alguns anos, mesmo com o embargo, os proprietários começaram a construir novas residências e ampliar as que já existiam. A comunidade então iniciou um grande movimento e as associações, CCI e ASPECI, se tornaram assistentes do MPF na ação judicial, configurando, assim, partes do processo. “O Rosa Norte é patrimônio natural, cultural e paisagístico de extrema importância para a manutenção da cultura, do turismo e da economia. E, sem dúvida, desperta um vívido sentimento de pertencimento à comunidade local”, defende.
Vitória da Comunidade para preservação do Rosa Norte
Foi somente em 2018, seis anos depois da ação judicial do Ministério Público Federal que o processo foi sentenciado pelo juízo de primeiro grau, determinando a demolição dos imóveis.
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Os réus recorreram e o julgamento do processo em grau de recurso foi julgado no Tribunal Regional Federal 4 (TRF4), no Rio Grande do Sul, mantendo a decisão anterior. Ou seja, os imóveis seguem com determinação para demolição e os proprietários deverão promover a recuperação da área.
No julgamento ocorrido nesta quarta-feira (03 de maio), as associações da comunidade de Ibiraquera foram representadas pelo advogado Marcelo Mosmann, que apresentou sustentação oral em defesa da manutenção da sentença. O julgamento completo está disponível aqui.
“Tanto o MPF quanto o Desembargador Relator Luiz Alberto Aurvalle reforçaram e reconheceram a importância paisagística do Rosa Norte para a coletividade”, relatam os integrantes do CCI. “Da decisão ainda cabe recurso, mas essa vitória é motivo de comemoração para a comunidade de Ibiraquera e reforça a necessidade de proteção do canto Norte da Praia do Rosa.”
O CCI e a ASPECI são os representantes da comunidade e do seu mais profundo desejo de manter vivo e saudável seu patrimônio natural e cultural.
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Por Redação Colaborativa EcoLab