Além de gerar belas paisagens cênicas e ser fonte de alimento, as Lagoas Costeiras contribuem ativamente para a manutenção da vida de diversas formas, quando em equilíbrio
A região do planeta compreendida entre Santa Catarina, no Brasil, e o Uruguai é um dos lugares do mundo com maior quantidade de Lagoas Costeiras. Somente no território da APA da Baleia Franca, a Unidade de Conservação e Uso Sustentável, que vai de Florianópolis até Balneário Rincão (SC), são mais de 20 Lagoas Costeiras.
Embora abundantes, estes ecossistemas estão entre os mais ameaçados do planeta, em decorrência da ocupação urbana com agravamento da crise climática. “Como o Krenak fala, o rio vai recebendo, ao longo do seu percurso, tudo que acontece com os atores humanos no entorno dele. Então, todos os processos urbanos, industriais, da agricultura mais tradicional com uso de pesticida e fertilizantes químicos, mudam muito a qualidade da água. A Lagoa Costeira é a parte final da bacia hidrográfica e ela traz esse histórico”, explica o professor de Biologia e coordenador do Laboratório de Ecologia Aplicada e Conservação (LEAC) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Jorge Luiz Rodrigues Filho.
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Troca de Saberes: Serviços Ecossistêmicos das Lagoas Costeiras
Rodrigues Filho e outros 15 autores identificaram 26 diferentes serviços ecossistêmicos das Lagoas Costeiras promovidos por organismos, desde bactérias até mamíferos aquáticos e aves. A pesquisa foi publicada na Revista Hydrobiologia no artigo de Revisão Das funções ecológicas aos serviços dos ecossistemas: ligando a biodiversidade das lagoas costeiras ao bem-estar humano. “Como as lagoas costeiras estão localizadas entre ecossistemas de água doce, marinhos e terrestres, os serviços ecossistêmicos prestados pela biodiversidade ultrapassam a própria lagoa e beneficiam a sociedade em um contexto espacial e histórico mais amplo“, trecho de apresentação do artigo.
Este é o motivo da Troca de Saberes com o professor Jorge, que também abordou estratégias de desenvolvimento sustentável para as cidades costeiras, como Garopaba e Imbituba (SC). A entrevista pode ser conferida na íntegra, logo abaixo.
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O que são serviços ecossistêmicos?
Serviços ecossistêmicos são os benefícios que os seres humanos obtêm dos ecossistemas naturais. Eles representam as contribuições diretas e indiretas que os ecossistemas fornecem para o bem-estar humano, a manutenção da vida e o funcionamento dos sistemas naturais.
Os serviços ecossistêmicos podem ser divididos em quatro categorias principais:
Provisão de serviços: são os produtos tangíveis que os ecossistemas fornecem, como alimentos, água doce, madeira, fibras, produtos medicinais e recursos genéticos.
Regulação de serviços: referem-se aos processos que os ecossistemas realizam para regular os sistemas naturais e manter condições adequadas para a vida humana. Isso inclui a regulação do clima, controle de enchentes, purificação do ar e da água, polinização de cultivos agrícolas, controle de pragas e doenças, entre outros.
Serviços culturais: são os benefícios não materiais que os ecossistemas proporcionam, como oportunidades recreativas, espirituais, educacionais e estéticas. Isso inclui atividades como turismo, ecoturismo, inspiração artística, valores estéticos, educação ambiental e conexão com a natureza.
Suporte de serviços: são os processos ecológicos fundamentais que sustentam todos os outros serviços ecossistêmicos. Isso inclui a formação do solo, ciclagem de nutrientes, produção primária, biodiversidade e regulação do fluxo de energia nos ecossistemas.
A compreensão dos serviços ecossistêmicos é essencial para a tomada de decisões e a gestão sustentável dos recursos naturais, ajudando a promover a conservação dos ecossistemas e a garantir seu uso adequado para as gerações futuras.
Vamos trocar Saberes?
Interessados em ler o artigo na íntegra (em inglês), ou direcionar contribuições e dúvidas ao professor Jorge, podem entrar em contato através dos canais da Saberes. Aproveite também para deixar seu feedback e sugestões para as próximas Trocas de Saberes!
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Por Glaucia Rosa Damazio
Jornalista especialista em Sustentabilidade
Foto Capa: Lagoa do Meio, ou Lagoinha Doce, Praia do Rosa – Imbituba, créditos Glaucia Rosa Damazio
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